O Congresso x o STF
Peso e contrapeso. A mídia na cobertura da
“crise dos poderes”
POR EDGAR LEITE, VIA OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
Há um “jogo” competitivo entre os poderes da
República. A divergência, que se tornou política, entre Congresso Nacional e
Supremo Tribunal Federal (STF), abriu “às claras” que existe uma crise de
identidade entre os poderes no país. Dá para desconfiar que o STF, em vez de
Justiça, quer fazer política. O Congresso, em vez de política, quer fazer
Justiça. Durante toda a semana, os grandes jornais, só para citar como exemplo,
O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo, trouxeram à tona a falta de consenso e
contrapeso, a disputa muito mais política, entre Congresso e STF.
Nota-se que a imprensa fez questão de, mais uma
vez, colocar como um dos pontos centrais da discussão o nome da presidente
Dilma Rousseff (PT) garantindo que a chefe maior da nação será a principal
beneficiada, por exemplo, com a decisão de liminar a criação de partidos. Em meio a todo esse caos gerado pela
crise entre os poderes, a Reforma Política, que poderia garantir ou rejeitar o
financiamento de campanha, não é votado. Pior: nem sequer abordado na mídia. Leia mais.
A fé no dinheiro
Mercado, consumo e um imenso negócio chamado
religião
POR PAULA ADAMO IDOETA, VIA BBC BRASIL
É um grupo cada vez mais numeroso e com sede de
prosperar e consumir. O crescimento dos evangélicos no Brasil, em especial no
ramo pentecostal, provocou mais do que mudanças religiosas: fortaleceu um
mercado econômico, que chama a atenção tanto de igrejas como da iniciativa
privada.
De seu lado, as igrejas criaram estratégias de negócios.
Algumas desenvolveram estruturas empresariais e planos de carreira; outras
lançaram até cartões de crédito. E diversas montaram grupos e reuniões em que
estimulam os fiéis a abrir negócios próprios e sanar suas finanças, com base na
Teologia da Prosperidade - movimento que prega o bem-estar material do homem.
"A igreja é um local de ritos, mas hoje
também um espaço de trocas e bens simbólicos", diz Leonildo Silveira
Campos, do departamento de Ciências Sociais e Religião da Universidade
Metodista. Leia mais.
Confissões de um repórter
Ditadura, TFP, Opus Dei. O lado escuro da Folha
de S. Paulo
POR DEMI AZEVEDO, VIA CARTA MAIOR
Em 1970, a redação da Folha, no quarto andar de
um prédio da Alameda Barão de Limeira, centro de São Paulo, era espacialmente
dividida entre os jornais Folha de S.Paulo, Folha da Tarde e Última Hora e por
policiais do DEOPS e do DOI-CODI. Eles espionavam diariamente os jornalistas e
os colaboradores. Seguiam de perto, de modo especial, o jornalista Samuel
Wainer, que havia negociado o jornal Ultima Hora com Otávio Frias de Oliveira.
“Eles acompanham todos os meus passos e censuram as minhas informações”, queixou-se
comigo Wainer, quando entrei na sua pequena sala para lhe propor uma pauta. “Eu
posso ser preso a qualquer momento”, desabafou.
A cessão de veículos da Folha para os órgãos da repressão da ditadura é coerente com o compromisso dessa empresa com forças da direita. Sempre foi muito forte, por exemplo, a relação entre a Folha e a TFP (Tradição, Família e Propriedade,) uma organização de extrema direita, dirigida pelo advogado Plinio Corrêa de Oliveira. Outras organizações com as quais a Folha sempre manteve um bom relacionamento são a Opus Dei e a UDR (União Democrática Ruralista). Leia mais.
A informação agora é sua
A web se tornou uma rede de apps, e o que
muitos temiam, aconteceu
POR SILVIO MEIRA, VIA TERRA MAGAZINE
A informática que você usa passou a andar com
você. antes, ficava num balcão, bancada ou mesa [isso era no tempo dos PCs]. e,
muito antes, ficava fora de seu campo de visão, lá no que se chamava CPD, ou centro de
processamento de dados, que hoje atende pelo nome de datacenter. e a
informática que anda com você são tablets e smartphones, e não, em sua maioria,
PCs [laptops e netbooks]. e isso tem consequências, boas e nem tão boas assim.
O que deveria ser a web móvel se tornou uma rede de apps. E o
que muitos temiam, a fragmentação da rede numa infinidade de serviços que
interagem de forma muito precária, mesmo que seja para trocar informação
elementar, aconteceu.
Isso criou uma oportunidade gigantesca: é hora
de repensar os princípios de desenho e implementação da infraestrutura,
serviços e aplicações que fazem a rede, para fazer com que tudo passe a estar
de fato em rede, em modo social e podendo ser combinado de muitas formas, sem
passes de mágica e truques de implementação e onde, ainda mais, cada usuário passe
a determinar o que pode ou não ser feito com a sua informação. Até porque,
afinal, ela é sua e o representa online. Leia mais.