terça-feira, 23 de abril de 2013

Dois super documentários para ver de graça

“Fahrenheit 9/11” é lição para a carnificina de Boston

Vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2004, “Fahrenheit 9/11” é um documentário que vale a pena ver e rever. Nele, o cineasta Michael Moore (“Tiros em Columbine”) tem lado, mas é preciso ao mostrar como o governo George W. Bush armou uma farsa para invadir o Iraque e esconder as relações da família Bush com os Bin Laden. Em quase duas horas, o documentário começa com o relato da fraude da reeleição de Bush contra Al Goore na Flórida, estado governado pelo irmão do presidente e onde a responsável pelo resultado era uma partidária do republicano.

O trecho em que, na sala de aula de uma escola infantil na Flórida, Bush recebe a notícia do ataque às torres gêmeas vale o documentário. São mais de 10 minutos de um silêncio constrangedor. Sozinho, sem assessores para orientá-lo, um Bush perdido se dedica à leitura de um livro infantil.

Mas o filme tem muito mais: o imenso poder da Arábia Saudita sobre a economia dos EUA, o gigante business por trás da invasão do Iraque, a estratégia deliberada de levar o medo do terrorismo à população como arma para justificar a guerra... E por aí vai.

Obama não é Bush. Mas quando os EUA sofrem o pior ataque terrorista desde 11 de setembro, vale revisitar o passado como lição para a carnificina de Boston. (Por Flávio Arantes)

Assista de graça pelo site Filmes Online GrátisO link direto para o filme.


“Trabalho Interno” faz de carne e osso crise de 2008

Você deve se lembrar da quebra do Lehman Brothers e da bancarrota da AIG em 2007 e como o défaut das duas instituições globais jogou o mundo na crise econômica de 2008. O documentário “Trabalho Interno” ilumina com extrema nitidez como chegamos lá. Dirigido por Charles H. Ferguson e narrado por Matt Damon, mostra, em cinco partes, a derrocada do sistema financeiro e o caos econômico planetário que se seguiu a ela. Levou o Oscar de melhor documentário de 2011.

 “Trabalho Interno” faz de carne e osso um mundo onde bancos e seus similares são quase invisíveis. Está tudo lá. Da desregulamentação desenfreada do sistema financeiro à impunidade dos executivos, que saíram da crise que custou US$ 124 bilhões aos contribuintes com suas fortunas intactas.

Um setor desregulado e concentrado. Cinco bancos, Goldman Sachs, Morgan Stanley, Lehman Brothers, Merrill Lynch e Bear Stearns; dois conglomerados financeiros (Citigroup e  JPMorgan Chase), três companhias de seguro (AIG, MBIA, AMBAC) e três agências de classificação de risco de crédito (Moody’s, Standard & Poors e Fitch) dominavam o mundo do dinheiro nos anos 2000.

O filme conclui que tudo voltou ao que era antes, e sob as bênçãos do governo Obama. Depois de queimarem rápido no inferno, os donos do dinheiro passaram pelo purgatório e estão de novo no céu.  Para garantirem que nossas economias, nosso emprego, nossa casa nunca estarão seguros. (Por Flávio Arantes)

Assista de graça pelo site VimeoO link direto para o filme.

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