“Fahrenheit 9/11” é lição para a carnificina
de Boston
Vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes
de 2004, “Fahrenheit 9/11” é um documentário que vale a pena ver e
rever. Nele, o cineasta Michael Moore (“Tiros em Columbine”) tem lado, mas é preciso
ao mostrar como o governo George W. Bush armou uma farsa para invadir o Iraque e esconder as relações da família Bush com os Bin
Laden. Em quase duas horas, o documentário começa com o relato da fraude da
reeleição de Bush contra Al Goore na Flórida, estado governado pelo irmão do
presidente e onde a responsável pelo resultado era uma partidária do
republicano.
O trecho em que, na sala de aula de uma escola
infantil na Flórida, Bush recebe a notícia do ataque às torres gêmeas vale o
documentário. São mais de 10 minutos de um silêncio constrangedor. Sozinho, sem
assessores para orientá-lo, um Bush perdido se dedica à leitura de um livro
infantil.
Mas o filme tem muito mais: o imenso poder da
Arábia Saudita sobre a economia dos EUA, o gigante business por trás da invasão
do Iraque, a estratégia deliberada de levar o medo do terrorismo à população
como arma para justificar a guerra... E por aí vai.
Obama não é Bush. Mas quando os EUA sofrem o pior
ataque terrorista desde 11 de setembro, vale revisitar o passado como
lição para a carnificina de Boston. (Por Flávio Arantes)
Assista de graça pelo site Filmes Online Grátis. O link direto para o filme.
“Trabalho
Interno” faz de carne e osso crise de 2008
Você deve se lembrar da quebra do Lehman Brothers e da
bancarrota da AIG em 2007 e como o défaut das duas instituições globais jogou o
mundo na crise econômica de 2008. O documentário “Trabalho Interno” ilumina com
extrema nitidez como chegamos lá. Dirigido por Charles H. Ferguson e narrado
por Matt Damon, mostra, em cinco partes, a derrocada do sistema financeiro e o
caos econômico planetário que se seguiu a ela. Levou o Oscar de melhor
documentário de 2011.
“Trabalho Interno” faz
de carne e osso um mundo onde bancos e seus similares são quase invisíveis.
Está tudo lá. Da desregulamentação desenfreada do sistema financeiro à impunidade dos
executivos, que saíram da crise que custou US$ 124 bilhões aos contribuintes
com suas fortunas intactas.
Um setor desregulado e concentrado. Cinco bancos, Goldman
Sachs, Morgan Stanley, Lehman Brothers, Merrill Lynch e Bear Stearns; dois
conglomerados financeiros (Citigroup e JPMorgan Chase), três companhias de seguro
(AIG, MBIA, AMBAC) e três agências de classificação de risco de crédito
(Moody’s, Standard & Poors e Fitch) dominavam o mundo do dinheiro nos
anos 2000.
O filme conclui que tudo voltou ao que era antes, e sob as
bênçãos do governo Obama. Depois de queimarem rápido no inferno, os donos do
dinheiro passaram pelo purgatório e estão de novo no céu. Para garantirem que nossas economias, nosso emprego,
nossa casa nunca estarão seguros. (Por Flávio
Arantes)
Assista de graça pelo site Vimeo. O link direto para o filme.
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